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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Sobre o mistério da fé

Ontem comecei a ler o livro "Maria", de Rodrigo Alvarez. Segundo dito na capa, trata da biografia da "mulher que gerou o homem mais importante da história, viveu um inferno, dividiu os cristãos, conquistou meio mundo e é chamada mãe de Deus". Muito interessante para quem, como eu, gosta de história.

Fui educada em colégio católico e, portanto, tenho bases católicas. Ao longo da vida, passei a questionar muitas crenças, dogmas, comecei a questionar muitos eventos descritos na Bíblia (não por terem efetivamente ocorrido, mas como foram interpretados e me tinham sido ensinados). Querendo ou não, a educação nos treina a usar o lado racional do cérebro, e fica difícil não estender essa prática às diversas áreas da vida... 

Tive um tio espírita, o tio Zé. O espiritismo do tio Zé me disse que era possível eu abrir os olhos para outras crenças, pois ele sempre foi um homem culto, de princípios, era uma pessoa equilibrada, em quem se podia confiar. Ele era católico, em princípio, como eu, mas passou a ser espírita depois de um certo evento que, segundo ele, tornava irrefutável o fato de que havia vida após a morte.

Mas não é sobre espiritismo eu quero falar, e sim da possibilidade de se pensar a respeito do que há por trás de tudo isso que vivemos aqui. O livro de Alvarez fala sobre provas e indícios de eventos que se passaram na época de Jesus, e isso me fez pensar sobre a fé. Na verdade, sempre considerei a fé um dom. Nascer com uma fé intensa já é, em si, uma bênção. Mas creio que pode ser reforçada. E o benefício disso é uma vida com mais propósito. No fim das contas, precisamos ao menos ter uma ideia do motivo de estarmos aqui, interagindo, agindo, decidindo, suando, amando, nos emocionando, nos enfurecendo; NÃO PODE SER para nada...

Por isso mesmo me interessei há pouco tempo pela antroposofia e os escritos de Rudolf Steiner. Eles nos permitem divagar sobre nós mesmos, tal como estamos relacionados com o cosmos e com Cristo. Eles nos ajudam a entender a onde todas essas emoções, impulsos, dificuldades, querem nos conduzir. Em suma, nos fornecem uma razão para viver.

Tudo isso diz respeito à espiritualidade, à fé em algo que nos motiva a melhorar como pessoas. Não importa MESMO qual o título da sua fé (catolicismo, budismo, hinduísmo, islamismo, ou qualquer outro). Não importa que se creia em qualquer coisa, que se seja agnóstico até, desde que cada um encontre uma motivação para melhorar. E, por melhorar, quero dizer ser luz para outras pessoas, e para nós mesmos; fazer a diferença enquanto estamos aqui (não precisa ser no mundo não, basta que seja dentro da nossa casa, ou dentro da nossa própria alma).

É uma pena que no mundo de hoje seja tão difícil às pessoas encontrarem tempo para se dedicarem, nem que fosse um pouquinho, ao espiritual. Poderiam pelo menos, pensar sobre isso. Tenho certeza que viveríamos mais em paz e caminharíamos mais rapidamente em direção aos ensinamentos dos Mestres da história, de qualquer um deles... 




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